domingo, 10 de fevereiro de 2013

5 Coisas que você precisa saber sobre masterização


   Matéria retirada do blog da Quanta

Michael Romanowski
Engenheiro de masterização Michael Romanowski

Masterização é a última fase artística do processo e a primeira fase da finalização. É o momento de polir a mix e fazer as mudanças sonoras necessárias para adequar-se ao master certo para ser prensado ou divulgado.
O trabalho é feito com uma visão ampla deste conteúdo imaterial, é necessário prestar atenção a equalização, níveis e compressão de todas as músicas em conjunto; trata-se de dar corpo e estrutura certa a todo o trabalho.

Um pouco de história
O processo de masterização mudou bastante no final dos anos 50, quando a produção em música em massa começou a surgir. Naquela época as gravadoras eram donas dos estúdios e os selos empregavam engenheiros de som.
Engenheiros de som começam suas carreiras como aprendizes, e o primeiro passo era aprender com o engenheiro de masterização. Isto com objetivo de aprimorar as habilidades na audição de produções.
O engenheiro de masterização era responsável em transferir os tapes finais vindos do engenheiro de mixagem e garantir que as transferências para o master fossem as mais fiéis.  O objetivo era a finalização, e, ouvindo centenas dessas mixagens, o aprendiz começava a entender o processo. Após este período ele ia trabalhar com os engenheiros de mixagem e gravação.
Como a relação entre estúdios e gravadoras dispersou-se com os anos, os engenheiros tornaram-se profissionais independentes e começaram a trabalhar em estúdios diferentes. Os engenheiros então trabalharam em um ambiente novo usando as ferramentas que tinham a disposição, como equalizadores, processadores dinâmicos e niveladores.
Esta situação repete-se hoje onde o engenheiro de masterização faz a checagem da parte técnica e artística do projeto.
Preparando a mix para a masterização
1) Esteja pronto
Quando da masterização é necessário levar as mixes finais que você deseja que façam parte do trabalho, sem esquecer de adicionar informações como títulos das músicas, sequência das canções e dados como o código ISRC e CD text.
Também é importante ter a documentação de qualquer problema relativo a parte técnica das canções que deva ser resolvido, como níveis de sinal, erros, edições erradas, etc.. Isto economiza tempo e dinheiro na fase de masterização.
Além do mencionado você deve já de antemão saber quem prensará ou distribuirá o material e os requisitos do master a ser enviado, além de informações de tempo das músicas. Caso o material venha de tapes é importante trazer todas a informações técnicas do equipamento, isto garante que o material tocará com nível e bias certos.
2) Forneça mixagens alternativas
Uma forma interessante de apresentar o trabalho para masterização é trazer mix alternativas: uma com o vocal à frente, outra junto a mix, solo mais a frente, solo junto a mix, etc. Lembre-se que é importante manter estas mixagens organizadas e documentadas como tal.
Com o aparecimento das estações de trabalho de áudio digital, surgiu a questão de ser preferível ou não ter várias opções de mix para masterização. Alguns engenheiros acreditam que mais versões dão mais possibilidades no processo de masterização. Entretanto existem sim alguns problemas relativos a isto.
Incluir outras mixagens pode confundir um pouco o trabalho entre mixagem e masterização, pois o engenheiro pode perder um pouco o foco já que terá de balancear melhor as mixagens. Outra preocupação é que talvez o trabalho todo fique um pouco diferente, já que as mixagens não tem um padrão e o engenheiro as trabalha individualmente, por isto talvez alguma linha de produção se perca, resultando em diferenças entre as músicas.
3) Não comprima demais a mix final
Arquivos digitais devem ser enviados na mesma resolução da gravação e incluir algum headroom (diferença entre o valor nominal do sinal e o máximo valor sem distorção) que permita o engenheiro trabalhar em cima. Picos em torno de -3 dBfs e média de potência em torno (rms) -10 até -14 dBfs.
A compressão final na mixagem da música deve ser mínima, porque isto é algo que o engenheiro de masterização não pode mexer depois caso a mix já venha excessivamente comprimida.
Outro problema relacionado são os fades finais (abaixando a música no final), é interessante mandar as músicas sem fades finais, pois se já estiverem com fades será impossível mexer e às vezes durante a formatação da sequência de músicas pode acontecer de um fade out mais longo ser desejável.
Uma nota sobre volume e pressão sonora:
Existe muita discussão sobre problemas com volume e pressão sonora. Existem prós e contras em ter-se altos níveis de áudio, mas existe chance de haver muita pressão e volume e estar soando relativamente baixo. Um erro comum sobre arquivos com alta pressão e volume é que soarão assim também no Rádio mas isso não é verdade. Pois toda a compressão usada no Rádio e na TV pode espremer os sinais, tornando arquivos com alto volume e pressão sonora soando  pequenos na difusão.
Da mesma forma acontece com os arquivos MP3 tendo-se a ideia de que quanto mais alto forem melhor soarão. A proposta da compressão MP3 é comprimir o arquivo, o que pode ser feito eliminado alguns dados a partir de um ponto determinado, quando a música está excessivamente comprimida pode acontecer de dados importantes que podem ser ouvidos serem perdidos.
4) Equipamento é importante, a sala também
A parte mais importante do equipamento de masterização do engenheiro de masterização além de seus ouvidos é a sala. O retorno sonoro dado pela sala afeta as decisões tomadas pelo engenheiro.
Um bom ambiente de monitoração revela todos os aspectos bons e maus da mix. Isto é necessário para que sejam feitas a s mudanças de forma precisa, um dos objetivos da masterização é garantir que a mix soe bem numa grande variedade de sistemas.
5) Não masterize seu trabalho
Se você está muito próximo da criação do material de áudio por vezes pode ser difícil ter o distanciamento necessário para fazer as alterações de equalização e da parte dinâmica do material.
Não que você não tenha esta capacidade, apenas por ser difícil desligar-se emocionalmente do material criado. Imparcialidade é tudo e é recomendável que os trabalhos de mixagem e masterização sejam feitos por pessoas distintas.
Melhor ainda é contatar o estúdio de masterização previamente e durante o processo, antes, para saber os requisitos do estúdio, e durante para já saber quais são os eventuais problemas de mixagem que podem ser resolvidos antes da masterização.
Conclusão
Masterizar é o passo criativo final para levar suas mixes a um novo nível. Com equipamento apropriado, monitoração num ambiente correto e o mais importante, com a imparcialidade do engenheiro de masterização, sua música atingirá o nível sonoro das principais bandas e estúdios do mundo.
Michael Romanowski é engenheiro de masterização num estúdio em San Francisco. Anos de experiência trabalhando com vários artistas como Norton Buffalo, Joe Craven, The Radiators, Too $hort e Paul Jackson entre outros.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Seleção de Microfones e posicionamento

   Materia retirada site da QUANTA.
http://www.quanta.com.br/blog/2012/08/selecao-de-microfones-e-posicionamento/

Seleção de Microfones e posicionamento

Por Quanta Brasil | Nenhum comentário
Categoria Dicas e Tutoriais
Microfones
Talvez você possua um belo arsenal de equipamentos a sua disposição ou você tenha instalado um novo programa de gravação que não pode esperar para ser testado.
Porém uma coisa é certa, capturar um som corretamente e com qualidade ajudará em muito durante todo o processo além de proporcionar o som que você deseja, pensando desta forma falaremos algo do dia a dia dos engenheiros: a escolha do microfone.

Selecionando o microfone
Por conta do microfone ser uma parte do equipamento que fica muito próxima a fonte sonora, selecionar o microfone certo fará toda a diferença. Existem dois tipos de microfone a serem considerados:
1) Microfone dinâmico – Se você assistir a um espetáculo de música ao vivo ou pedir para um estranho desenhar um microfone é quase certo que verá a forma de um microfone dinâmico. As vantagens dos microfones dinâmicos são o baixo custo, alta durabilidade e não necessidade de fonte de força externa.
O elemento central consiste num diafragma de filme plástico conectado a uma bobina de fio que é suspensa num campo magnético permanente. Uma vez que o som bate no diafragma, todo o conjunto move-se para criar uma pequena corrente elétrica. Este design ineficiente leva a uma falta de detalhamento nas frequências. Com fontes sonoras mais baixas estes microfones necessitarão de muita amplificação, o que pode adicionar ruído ao sinal.
NOTA: Microfones dinâmicos são muito bons em estúdio para a gravação de fontes sonoras com alta pressão (SPL- Sound Pressure Level), como amplificadores de baixo e guitarra. São uma ótima opção para as peças da bateria.
Outro tipo de microfone dinâmico é o de fita que diferente do dinâmico tradicional usa um fita metálica bem fina em vez da bobina de fio, suspensa num campo magnético. Isto proporciona um som mais suave, detalhado estes microfones são um pouco mais caros e frágeis.
2) Microfone condensador – Você percebe que os vocais gravados em estúdio tem um detalhamento tão grande como você pudesse ouvir a respiração do vocalista? Claro, provavelmente foram gravados com um microfone condensador, onde os elementos principais consistem em duas pequenas placas condutoras.
Uma é fixa e a outra é um diafragma móvel, leve e de filme plástico banhado a  ouro. Quando o som bate no diafragma e o faz vibrar, o espaço entre as duas placas muda, e a capacidade elétrica varia. Quando um carga elétrica fixa é enviada ao capacitor, estas vibrações no diafragma podem ser perfeitamente reproduzidas como um sinal elétrico.
Este sistema é muito mais eficiente que o usado pelos microfones dinâmicos resultando numa resposta de frequência mais ampla (perto ou além da capacidade do ouvido humano). Microfones condensadores também tem uma resposta mais rápida a mudanças de volume súbitas do que os de tipo dinâmico.
Um das desvantagens deste tipo de microfone é a necessidade do uso de alimentação phantom power para poderem operar. Se seu preamp, mixer ou interface não possui este recurso você necessitará de uma fonte para phantom power externa. O tamanho físico do diafragma num microfone condensador também ditará suas qualidades sonoras.
NOTA: Microfones condensadores de diafragma pequeno garantem uma captação mais focada que funcionarão em aplicações como gravação direcionada ao braço  do violão acústico ou em par para microfonação estéreo e overhead de bateria. Condensadores de diafragma largo são mais usados para vocais, captura do som do corpo do violão acústico ou para simplesmente aturarem sozinhos numa variedade de instrumentos; possuem um som quente e flat.
Outro tipo de microfone é o condensador eletreto, estes microfones usam um material permanentemente carregado fixado à placa traseira em vez do diafragma, permitindo usar um diafragma mais fino que um microfone dinâmico e a habilidade de ser alimentado tanto por baterias quanto phantom power. Eletretos têm melhorado significativamente ao longo dos anos e estão perto de igualar a qualidade de seus primos condensadores.
Tipos microfones
Padrão de captação
Cardioide – Nome aplicado devido a forma de coração, é o padrão mais comum em estúdio, tem boa rejeição aos sons direcionados a parte de trás do microfone enquanto captura o sweet spot ” ou som direto frontal além do som vindo dos lados; é um padrão ótimo para uso em estúdio.
Hipercardioide – Melhor para uso ao vivo, os hipercardioides são indicados em situações onde as fontes sonoras circunvizinhas e o feedback acústico precisam ser evitados. A desvantagem em estúdio é que movimentos do intérprete podem gerar desníveis de sinal perceptíveis.
Omnidirecional – como o nome diz este padrão capta sons vindos de todas as direções, embora seja o mais básico, é o padrão menos usado, apenas recomendado para a captação de corais ou ambiência.
Posicionamento dos microfones
Importantes considerações:
Efeito de proximidade – quando move-se um microfone mais perto da fonte sonora, as frequências graves aumentam conforme a distância diminui, isto acontece bem menos no padrão omnidirecional, mas deve ser considerado nos direcionais, particularmente os condensadores, tenha atenção quando aproximar demais a fonte sonora do microfone para evitar isto.
Barulhos do suporte do microfone e do assoalho – qualquer vibração no suporte do microfone pode ser captada, mantenha os cabos seguros e imóveis sem bater ou roçar nos pedestais. Posicione o microfone onde não haja vibrações vindas do chão como ressonância de amplificadores, partes da bateria, etc.. Use o shockmount que acompanha alguns microfones dada a sua sensibilidade na captação; o corte de graves também ajuda nestas situações.
Problemas de fase  – quando usar vários microfones na mesma fonte sonora (violão, bateria), vale a regra 3:1. Se o microfone A está a15 cm da fonte sonora, o microfone B deve estar 3 vezes mais longe, a 45cm do microfone A. Isto ajuda a prevenir problemas de fase criados pelo tempo diferente de chegada do som aos microfones. Caso necessário use um plug-in para resolver isto como o Little Labs IBP.
Grave e faça muito som!